sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

DENTRO OU FORA DA LEI? Advogados acusam delegado de agressão durante oitiva com militares



(Advogados Dr. Everton Frota e Dr. Armando Fernandes/Foto: ac24horas)

O clima ficou tenso na Delegacia Itinerante na sede da Policia Civil, em Rio Branco, durante oitivas com policiais militares acusados de sequestrarem e matarem o ex-presidiário Gildemar da Silva Lima, o Aladim, durante toda esta quinta-feira. O delegado Roberth de Alencar – que preside o inquérito de Gildemar – é acusado pelos advogados Everton Frota e Armando Fernandes por abuso de autoridade, lesão corporal e ameaça. Robert preferiu não gravar entrevista.

O advogado Everton Frota sustenta que um de seus clientes, o policial militar J. Miranda deveria ser ouvido na manhã desta quinta-feira (12) na Delegacia Itinerante. Frota acusa o delegado de realizar uma manobra para ouvir o militar durante a noite e sem a presença de advogado.

“Além de mudar o horário do interrogatório sem comunicar a banca de advocacia, ao ouvir o cliente, ele [o delegado] ainda lhe ofereceu a delação premiada afirmando que tal benefício tinha sido acordado comigo”, relata Frota.

A suposta confusão começou quando Frota tentou buscar explicações com Roberth na manhã desta quinta-feira na sede da Delegacia Itinerante. O advogado conta que além de ter sido agredido moralmente foi “convidado” a se retirar da sala.

“Foi quando liguei para a Comissão de Prerrogativas da OAB, pois estava sendo impedido de acompanhar o depoimento de um outro cliente, o militar Teomar, também marcado para esta manhã”, acrescentou Frota.

O outro advogado, Armando Fernandes, que chegou para substitui-lo também relata uma história de destempero do delegado Roberth. “Ele [o delegado] me deu uma gravata e me retirou da sala depois de debatermos sobre o caso envolvendo a oitiva do militar J. Miranda. Totalmente descontrolado me chamou de moleque na frente de todo mundo”, disse Armando Fernandes.

O fato foi confirmado pela Comissão de Prerrogativas da OAB. Por telefone, o advogado Armyson Lee afirmou nunca ter visto uma situação como essa em toda a sua carreira jurídica. Ele aceitou gravar entrevista e disse que ficou com medo “porque nós advogados não temos armas, nossa arma é a constituição” comentou Lee.

Os advogados formalizaram queixa contra o delegado Robert no final da tarde e prometem procurar o Ministério Público na manhã desta sexta-feira (13).

O OUTRO LADO:

No inicio da noite a reportagem procurou o delegado Roberth de Alencar na Delegacia Itinerante. Atencioso e demonstrando muita tranquilidade, ele não quis gravar entrevista. Em tom moderado, livrou-se do teclado do computador e disse que não tinha muito o que relatar.

“Como se trata de acusação por conduta não recomendável, isso é caso de corregedoria, o corregedor pode falar sobre o assunto”.

O corregedor da Policia Civil, Carlos Flavio Gomes Portela Richard confirmou que foi procurado pelos advogados Everton Frota e Armando Fernandes após o suposto acontecimento e que os orientou “a formalizarem a acusação para que as providências sejam tomadas”.

Fonte: ac24horas/Jairo Carioca

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